terça-feira, 28 de setembro de 2010

Apego (os "talvez" da vida)

Como de costume, antes de ir para o trabalho, eu encaminho uma mensagem legal, com palavras bonitas, lições de vida ou simplesmente para descontrair, para as pessoas com quem eu trabalho e alguns outros amigos. Hoje eu escolhi este texto, minha escolha é sempre algo aleatório(ou talvez não seja), vejo um título e se ele me chamar atenção, eu digo que é ele que será enviado, muitas vezes eu não sei ao certo o porque de me chamar atenção, mas as vezes com o decorrer do dia eu acabo descobrindo. Assim como no texto, eu considero muitos "talvez" em minha vida, afinal, não é como jogar xadrez, que você vendo todo o tabuleiro, pode imaginar qual peça o outro irá mover, o tabuleiro da vida é um pouco maior e ela não nos permite ver as situações por completo, então, porque não deixar que a vida nos viva um pouco, somos donos de nossos destinos, temos a responsábilidade por nossos atos, mas não podemos nos sobrecarregar com todas as nossas ações, ora ou outro precisamos deixar a maré nos levar, e quase sempre ela nos leva para onde precisamos, se passamos por turbulências, a vida nos leva para uma praia deserta, se estamos em um momento tranquilo, ela nos encaminha para um lugar com mais pessoas e situações adversas, não digo negativas, para que possamos voltar a evoluir e continuar aprendendo com a grande escola, afinal, a vida é para mim, cheia de "talvez", é como uma grande escola e também uma guia nos trazendo o que precisamos quando precisamos sem mesmo que saibamos.

Como diz Pessoa (Fernando), "para viajar, basta existir".

Apego
Um dia um homem já de certa idade abordou um ônibus. Enquanto subia, um de seus sapatos escorregou para o lado de fora. A porta se fechou e o ônibus saiu; então ficou incapaz de recuperá-lo. O homem tranqüilamente retirou seu outro sapato e jogou-o pela janela.

Um rapaz no ônibus, vendo o que aconteceu e não podendo ajudar ao homem, perguntou:

- Notei o que o senhor fez. Por que jogou fora seu outro sapato?

O homem prontamente respondeu:

- De forma que quem o encontrar seja capaz de usá-los. Provavelmente apenas alguém necessitado dará importância a um sapato usado encontrado na rua. E de nada lhe adiantará apenas um pé de sapato.

O homem mostrou ao jovem que não vale à pena agarrar-se a algo simplesmente por possuí-lo e nem porque você não deseja que outro o tenha.

Perdemos coisas o tempo todo. A perda pode nos parecer penosa e injusta inicialmente, mas a perda só acontece de modo que mudanças, na maioria das vezes positivas, possam ocorrer em nossa vida.

Como o homem da história, nós temos que aprender a desprender. Alguma força decidiu que era hora daquele homem perder seu sapato. Talvez isto tenha acontecido para iniciar uma série de outros acontecimentos bem melhores para o homem do que aquele par de sapatos. Talvez a procura por outro par de sapatos tenha levado o homem a um grande benfeitor. Talvez uma nova e forte amizade com o rapaz no ônibus. Talvez aquele rapaz precisasse presenciar aquele acontecimento para adotar uma ação semelhante. Talvez a pessoa que encontrou os sapatos tenha, a partir daí, a única forma de proteger os pés.

Seja qual for a razão, não podemos evitar de perder coisas. O homem sabia disto. Um de seus sapatos tinha saído de seu alcance. O sapato restante não mais lhe ajudaria, mas seria um ótimo presente para uma pessoa desabrigada, precisando desesperadamente de proteção do chão.

Acumular posses não nos fazem melhores e nem faz o mundo melhor. Todos temos que decidir constantemente, se algumas coisas devem manter seu curso em nossa vida ou se estariam melhor com outros.



Excelente vida a nós

sábado, 25 de setembro de 2010

Diário de observações - Júpiter

Hoje eu me foquei e consegui vencer mais um desafio. Algum tempo atrás eu comprei um telescópio e logo que pisei em casa e vi que a encomenda havia chego, pus-me a montá-lo. Eu só acabei de montar umas três e pouco da madrugada. Nos próximos dias eu tentei visualizar alguns astros, mas nem sempre as nuvens ajudavam muito. Um dia, porém, chegando à casa um pouco mais cedo, eu vi a lua a pino no céu, peguei o telescópio e fiquei impressionado com o que via: as crateras, as porosidades antes vistas só em fotos, os vales e montanhas da lua, seu contorno, simplesmente espetacular, sem contar em sua agilidade, quanto mais próximo eu olhava(menor milimetragem da lente), mais rápido ela desaparecia da minha visão, incrível. Alguns dias mais tarde, sem muito animo eu olhava, mas não conseguia identificar nada, achei que o telescópio havia quebrado, ou algo caído dentro dele e estava impedindo de ver os astros, resolvi desmontá-lo. Frustrado por ter despendido de certo valor para ter o artefato, fiquei realmente desiludido. Dias, semanas, não mais que um mês se passou desde que ele foi posto de volta em sua caixa, e hoje, eu resolvi usá-lo novamente, precisava ter certeza de que realmente havia quebrado um equipamento novo, e para a minha sorte, alegria e outros tantos adjetivos positivos, eu o tinha guardado precipitadamente, pois o meu telescópio se encontra em ótimo estado, o pus no quintal e tentei mirar em algumas estrelas mais visíveis, localizei Altair, a estrela α da constelação de Águia, e a sua adjacente, Tarazed, não contente, e agora empolgado novamente com as observações, procurei através do programa de astronomia Stellarium e vi que naquele momento Júpiter estava no céu, cintilava como uma grande estrela, como Sirius ou Canopus, mirei-o e eis que vejo, tão nítida e perfeitamente, aquele planeta estupendo, que ao olho nu é facilmente confundível com uma estrela mas que ao olhar amplificado pela ciência da fisíca óptica mostra-me o maravilhoso astro com suas luas tão famosas. Descobri que não era meu telescópio que estava com defeito e sim a minha crença de que eu conseguiria manejar um instrumento sofisticado, a insistência é uma das chaves da conquista e eu, definitivamente, adorei a conquista do meu dia. Júpiter é maravilhoso

Diario estelar, 11/9/2010 às 23:34. Cleandho Marcos de Souza Ares Ω


Júpter e Io - de Antonio da Correggio

Vidraças sujas

Pra começo de conversa...
É a primeira vez que penso em criar um blog, portanto, de ínicio não tenho nenhum texto meu para publicar, tenho que avaliar tudo o que eu já escrevi em meus cadernos de anotações, textos salvos no computador e selecionar o que pode ou não ser públicado. Até lá, irei postar alguns textos que me dão boas lições de como viver.

Vidraças sujas

Um casal, recém-casados, mudou-se para um bairro muito tranqüilo.

Na primeira manhã que passavam na casa, enquanto tomavam café, a mulher reparou através da janela em uma vizinha que pendurava lençóis no varal e comentou com o marido:

- Que lençóis sujos ela está pendurando no varal!
Está precisando de um sabão novo.
Se eu tivesse intimidade perguntaria se ela quer que eu a ensine a lavar as roupas!

O marido observou calado.

Alguns dias depois, novamente, durante o café da manhã, a vizinha pendurava lençóis no varal e a mulher comentou com o marido:

- Nossa vizinha continua pendurando os lençóis sujos! Se eu tivesse intimidade perguntaria se ela quer que eu a ensine a lavar as roupas!

E assim, a cada dois ou três dias, a mulher repetia seu discurso, enquanto a vizinha pendurava suas roupas no varal.

Passado um tempo a mulher se surpreendeu ao ver os lençóis muito brancos sendo estendidos, e empolgada foi dizer ao marido:

- Veja, ela aprendeu a lavar as roupas, será que outra vizinha ensinou? Porque eu não fiz nada.

O marido calmamente respondeu:

- Não, hoje eu levantei mais cedo e lavei os vidros da nossa janela!

E assim é. Tudo depende da janela, através da qual observamos os fatos.